Literatura

Literatura

Condicionada pela tradição cultural e pelo dever histórico, a literatura tem, no entanto, uma dimensão que não se define somente pelas circunstâncias em que se produz. Nela, o talento individual do artista e a sensibilidade para os problemas de seu tempo são determinantes para mostrar, discutir ou criticar os principais aspectos de uma cultura.

Literatura é o conjunto de todas as manifestações verbais (orais ou escritas), e de intenção estética, seja do espírito humano em geral, seja de uma dada cultura ou sociedade. Na origem, a literatura de todos os povos foi oral, caráter que manteve mesmo após a invenção e difusão da escrita. As primeiras obras literárias conhecidas são registros escritos de composições oriundas de remota tradição oral. Todas as literaturas do Ocidente têm em comum, fundamentalmente, a herança grega e latina. Preservadas, transformadas e difundidas pelo cristianismo, as obras da Grécia antiga e de Roma foram transmitidas para as línguas vernáculas da Europa e das regiões colonizadas pelos europeus.

Literatura antiga.

O fato indiscutível sobre a literatura ocidental antiga é que a maior parte dela se perdeu. O fogo, as guerras e a destruição pela passagem do tempo subtraíram suas obras à posteridade, e são poucas as peças que os paleontólogos resgatam de tempos em tempos.

Cada uma das cinco civilizações mais antigas que se conhecem -- Babilônia e Assíria, Egito, Grécia, Roma e a cultura dos israelitas na Palestina -- entrou em contato com uma ou mais dentre as outras. Nas duas mais antigas, a assírio-babilônica, com suas tábulas de argila quebradas, e a egípcia, com seus rolos de papiro, não se encontra relação direta com a idade moderna. Na Babilônia, porém, se produziu o primeiro código completo de leis e dois épicos de mitos arquetípicos -- o Gilgamesh e o Enuma elish que vieram a ecoar e ter desdobramentos em terras bem distantes.

O Egito, que detinha a intuição mística de um mundo sobrenatural, atiçou a imaginação dos gregos e romanos. Da cultura hebraica, a principal herança literária para o Ocidente veio de seus primeiros manuscritos, como o Antigo Testamento da Bíblia. Essa literatura veio a influenciar profundamente a consciência ocidental por meio de traduções para as línguas vernáculas e para o latim. Até então, a ensimesmada espiritualidade do judaísmo mantivera-a afastada dos gregos e romanos.

Embora influenciada pelos mitos religiosos da Mesopotâmia, da Anatólia e do Egito, a literatura grega não tem antecedentes diretos e aparentemente se originou em si mesma. Nos gregos, os escritores romanos buscaram inspiração para seus temas, tratamento e escolha de verso e métrica, valores que transmitiu para os primeiros tempos da Idade Média, quando a cultura da Grécia já fora absorvida pela tradição latina, para só no Renascimento ser redescoberta.

Todos os gêneros importantes de literatura -- épica, lírica, tragédia, comédia, sátira, história, biografia e prosa narrativa -- foram criados pelos gregos e romanos, e as evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias. O épico grego de Homero foi o modelo do épico latino de Virgílio; os fragmentos líricos de Alceu e Safo encontraram continuidade na obra de Catulo e Ovídio; e à história de Tucídides seguiu-se a de Tito Lívio e a de Tácito.

O ideal humano que transparece nas literaturas grega e latina, formado após a civilização ter emergido dos séculos iniciais de barbárie, ainda seria transformado, antes do fim do mundo antigo, no ideal do espiritualismo judaico-cristão, cujos escritores prenunciaram a literatura medieval.


NOVAS TENDÊNCIAS

A poesia moderna se caracteriza por uma concepção espacial muito específica. Ao quebrar graficamente o verso, um poeta como Mallarmé verificou que o espaço em branco da página podia ser usado não só como simples suporte gráfico, mas também, e principalmente, como material significativo. Marinetti, em seus influentes desafios na década de 1900, não ignorou essas novas possibilidades. Apollinaire também experimentou, cerca de dez anos depois, o rompimento com o discurso lógico-discursivo e, ao integrar o grupo de poetas chamados dadaístas, usou o caligrama, texto de palavras e letras dispostas em forma de figuras que representassem o motivo central. O emprego da página e dos meios gráfico-visuais apareceu, aproximadamente na mesma época, nas obras do russo Maiakovski e do português Mário de Sá-Carneiro.

Ezra Pound, ao iniciar a série de seus Cantos (1925-1948), pôs em foco, como elemento poético, o ideograma chinês estudado por Ernest F. Fellonosa. O processo do ideograma, numa língua sintética como a chinesa, tem por base a fusão, num só signo, de vários elementos significantes, e a tentativa de aplicar esse princípio às línguas ocidentais levou à fusão de palavras e às aglutinações e montagens vocabulares. Desse modo o poeta poderia, em linguagem supostamente mais concretizada, transmitir o máximo com o mínimo.

Até meados do século XX (seus Poemas datam de 1922-1954), e E. Cummings igualmente aboliu o verso e passou a usar letras minúsculas e maiúsculas em busca da visualização, também figurativa, dos objetos e motivos poéticos recriados. Suas preocupações incluíam a criação de nova ortografia para a poesia. Paralelamente, as experiências de poesia sem verso continuaram como sintoma da variada busca de uma nova linguagem poética. Nas últimas décadas do século XX, novas tendências manifestaram-se. Algumas vinculam a poesia a novas tecnologias e meios de comunicação. A experimentação de veículos como o poema cartaz, o poema postal, o holopoema (poema em holografia), entre outros, representam tentativas de adequar a arte poética a um mundo em constante mutação.

POESIA MODERNA E FIM DAS ESCOLAS


No início do século XX, a poesia passou por outras alterações formais. Os poetas, de um modo geral, abandonaram a filiação a escolas e passaram a responsabilizar-se por suas próprias concepções e técnicas. Apesar disso, na Itália, Marinetti lançou as bases do futurismo, que serviu para chamar a atenção dos escritores para muitas das mudanças do século.

O verso branco, sem rima, reapareceu com pretensões revolucionárias, desta vez sem métrica ou ritmo obrigatórios. Na França, Mallarmé foi dos primeiros a abolir a rima, a métrica e até mesmo a sintaxe convencional do verso. Na língua inglesa, as revoluções ainda do século XIX -- tanto de Whitman como de Gerard Manley Hopkins, na liberdade rítmica, e de Poe, na racionalidade e concepção do poema -- marcaram a fundo os caminhos da criação poética no século XX, como os de Dylan Thomas, de Wystan Hugh Auden e T. S. Eliot, ou de Ezra Pound, William Carlos Williams e e. e. cummings.

Fatos semelhantes ocorreram na Itália de Montale e Ungaretti, na Alemanha de Rilke e Georg Trakl, na Rússia de Maiakovski, em Portugal -- onde o gênio múltiplo de Fernando Pessoa é, em uma de suas faces (Álvaro de Campos), de influência whitmaniana, e em outra (Ricardo Reis) recupera um filão de lirismo que remonta a Horácio --, na Espanha e na América espanhola, no Brasil do modernismo e em dezenas de outros países de tradição literária.

Machado de Assis



Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um poeta, romancista, dramaturgo, contista, jornalista e teatrólogo brasileiro, considerado como o maior nome da literatura brasileira, de forma majoritária entre os estudiosos da área. Sua extensa obra constitui-se de nove romances e nove peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado assumiu cargos públicos ao longo de toda sua vida, passando pelo Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, Ministério do Comércio e pelo Ministério das Obras Públicas. A obra ficcional de Machado de Assis tendia para o Romantismo em sua primeira fase, mas converteu-se em Realismo na segunda, na qual sua vocação literária obteve a oportunidade de realizar a primeira narrativa fantástica e o primeiro romance realista brasileiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas (sua magnum opus). Ainda na segunda fase, Machado produziu obras que mais tardeo colocariam como especialista na literatura em primeira pessoa (como em Dom Casmurro, onde o narrador da obra também é seu protagonista). Como jornalista, além de repórter, utilizava os periódicos para a publicação de crônicas, nas quais demonstrava sua visão social, comentando e criticando os costumes da sociedade da época, como também antevendo as mutações tecnológicas que aconteceriam no século XX, tornando-se uma das personalidades que mais popularizou o gênero no país. Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude. Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata.De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista José de Alencar, principal escritor da época. Era, no dizer do historiador literário Marques da Cruz, "ponderado e honesto. Sóbrio na vida e no estilo”.



Produção literária



Romance

Poesia

Contos

Teatro

Ressurreição, 1872)

Crisálidas 1864)

Contos Fluminenses, 1870)

Hoje avental, amanhã luva, 1860)

A mão e a luva, 1874)

Falenas, 1870)

Histórias da Meia-Noite, 1873)

Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861)

Helena, 1876)

Americanas, 1875)

Papéis Avulsus, 1882)

Desencantos, 1861)

Iaiá Garcia, 1878)

Ocidentais, 1880)

Histórias sem Data, 1884)

O caminho da porta, 1863)

Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)

Poesias completas, 1901)

Várias Histórias, 1896)

O protocolo, 1863)

Casa Velha, 1885)



Páginas Recolhidas, 1899)

Teatro, 1863)

Quincas Borba, 1891)



Relíquias da Casa Velha, 1906)

Quase ministro, 1864)

Dom Casmurro, 1899)





Os deuses de casaca, 1866)

Esaú e Jacó, 1904)





Tu, só tu, puro amor, 1880)

Memorial de Aires, 1908)





Não consultes médico, 1896)







Lição de botânica, 1906)

Alguns contos



A Carteira (conto do livro Contos Fluminenses)

Miss Dollar (conto do livro Contos Fluminenses)

O Alienista (conto do livro Papéis Avulsos)

Teoria do Medalhão (conto do livro Papéis Avulsos)

A Chinela Turca (conto do livro Papéis Avulsos)

Na Arca (conto do livro Papéis Avulsos)

D. Benedita (conto do livro Papéis Avulsos)

O Segredo do Bonzo (conto do livro Papéis Avulsos)

O Anel de Polícrates (conto do livro Papéis Avulsos)

O Empréstimo (conto do livro Papéis Avulsos)

Di Cavalcante



Possível autor da iniciativa de 1922, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, artisticamente conhecido como Di Cavalcanti, nasceu e morreu no Rio de Janeiro. Teve seu trabalho publicado pela primeira vez em uma revista, em 1914. Realizou sua primeira mostra individual em 1917, como desenhista; era então na opinião de Mário de Andrade, "o menestrel dos tons velados", e utilizava como meio de expressão predileto o pastel, evocando figuras femininas "de angelitude então em voga". Em 1921 realizou sua primeira exposição de pinturas e em seguida presenciou a Semana de Arte Moderna, ao que parece originada de uma sugestão de Di Cavalcanti e Paulo Prado. Compareceu com 12 obras nas quais se observa certa persistência de tendências passadas, como o Impressionismo e o Simbolismo, temperadas com algumas pitadas de Expressionismo. As críticas, como de costume a qualquer forma de mudança na arte da época, foram intensas e arrasadoras. Após a Semana, Di Cavalcanti embarcou para a Europa onde se dedicou exclusivamente à pintura e onde sofreu muitas influências no trabalho. Retornando ao Brasil realizou nova mostra e uma exposição individual. Mário de Andrade não poupou elogios aos seus trabalhos e à maneira explendida como mostrou o Brasil como ele é. Suas coisas, sua gente, sua alegria. A década de 40 foi o apogeu do talento de Di Cavalcanti, que se tornou um dos mais notáveis pintores brasileiros gerados pelo modernismo.

Anita Malfatti



Nasceu em São Paulo, em 1896, e seus primeiros estudos artísticos foram orientados pela mãe, pintora amadora. Em 1912 foi enviada para a Alemanha, a fim de cursar a Academia de Belas-Artes de Berlim, após curto estágio em Dresden. A própria artista, em depoimento de 1939, assim descreveu esses primeiros tempos na Europa: "Em Berlim continuei a busca e comecei a desenhar. Desenhei seis meses dia e noite. Um belo dia fui com um colega ver uma grande exposição de pintura moderna. Eram quadros grandes. Havia emprego de quilos de tintas, e de todas as cores. Um jogo formidável. Uma confusão, um arrebatamento, cada acidente de forma pintado com todas as cores. O artista não havia tomado tempo para misturar as cores, o que para mim foi uma revelação e minha primeira descoberta. Pensei: o artista está certo. A luz do sol é composta de três cores primárias e quatro derivadas. Os objetos se acusam só quando saem da sombra, isto é, quando envolvidos na luz. Tudo é resultado da luz que os acusa, participando de todas as cores. Comecei a ver tudo acusado por todas as cores. Nada neste mundo é incolor ou sem luz. Procurei o homem de todas as cores, Louis Corinth, e dentro de uma semana comecei a trabalhar na aula desse professor." Após uma curta passagem pela Alemanha se dirigiu a Paris e retornou ao Brasil em 1914 quando realizou sua primeira exposição individual. Em 1917 após estudos feitos nos Estados Unidos realizou outra exposição. Criticas feitas ao seu trabalho por reacionário como Monteiro Lobato a desestabilizaram e sua obra declinou logo após. Seus trabalhos foram expostos na Semana de Arte Moderna de 1922 e em outras exposição onde foi premiada e consagrada.

Para Mário de Andrade, outro expoente do modernismo brasileiro: "foi ela, foram os seus quadros, que nos deram uma primeira consciência de revolta e de coletividade em luta pela modernização das artes brasileiras."

Tarcila do Amaral

Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no interior do Estado de São Paulo. Estava perto dos trinta anos quando, em 1916, deu início à sua carreira de artista, tornando-se aluna dos escultores Zadig e Mantovani.
Em 1917 era aluna de Pedro Alexandrino, nada tendo feito que deixasse pressupor o altonível que atingiria sua pintura, anos mais tarde. Depois do curto estágio no ateliê do pin tor alemão Georg Fischer Elpons, em 1920 Tarsila seguiu para a Europa, cursando por algum tempo a Academia Julian, de Paris, e o ateliê de Émile Renard, retratista da moda. Certas figuras femininas de Tarsila, executadas por volta de 1922, em pálidas cores com predomínio de azuis, evocam diretamente o estilo desse mestre, o qual teve o mérito de encorajá-la em direção à modernidade. Em 1922, Tarsila expunha em Paris, no pacato Salão dos Artistas Franceses, uma pintura que evocava o passado, sem remeter ao futuro. Nesse mesmo ano, contudo, retornando ao Brasil, decidiu modificar sua orientação estética; ao mesmo tempo, ligou-se aos intelectuais que formavam o Grupo Klaxon: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti dei Picchia e Sérgio Buarque de Holanda, entre outros. Logo depois formou, com os três primeiros e Anita Malfatti, o Grupo dos Cinco, de vida efêmera; em 1923 encontrava-se de novo em Paris para estudar seriamente. Em janeiro de 1923, ainda sob a influência do Impressionismo, pintou Paquita, a Espanhola. Na obra seguinte — A Negra — já se acham algumas das características que marcam sua grande obra. Por essa época, a artista começou a freqüentar os ateliês dos principais mestres cubistas. Como escreveu Sérgio Milliet, em 1924, na Revista do Brasil, "André Lhote foi o seu primeiro mestre. Com ele conheceu a necessidade de uma reação contra o boichevismo impressionista. Lhote, pintor secundário, é excelente professor. Traço de união entre o cubismo e o academismo. Seu segundo mestre foi Fernand Léger. Mais um passo para a frente: mecanismo da vida moderna, assunto novo, síntese, ritmo, movimento. Quis, porém, conhecer os requintes da nova tendência e dirigiu-se a Albert Gleizes. Geometria, abstração do objeto, criação. Passou pelas três fases do cubismo. Convinham-lhe todas parcialmente. E continuou a ser Tarsila do Amaral". Ao mesmo tempo que seu espírito se abria e amadurecia, Tarsila conhecia Picasso e De Chirico, Brancusi, Manuel de Falia, Stravinsky, André Breton, Cendrars, John dos Passos e outros plasmadores da arte do século XX. Em 1924, durante uma viagem às cidades históricas de Minas Gerais, em companhia de Oswald de Andrade e do poeta Blaise Cendrars, Tarsila descobriu o Bra-sil: as obras que compôs nos anos seguintes constituem a fase "pau-brasil", da qual E. E. C. B. é altamente significativa. Tal fase resume-se, segundo Sérgio Milliet, em alguns poucos ingredientes: "As cores ditas caipiras, rosas e azuis, as flores de baú, a estilização geométrica das frutas e plantas tropicais, dos caboclos e negros, da melancolia das cidadezinhas, tudo isso enquadrado na solidez da construção cubista". Em 1926 Tarsila casou-se com Oswald de Andrade. Um dia, em 1928, surgiu-lhe, sem premeditação, um quadro diferente, início da chamada fase "antropofágica", na qual se situam seus quadros mais importantes. A própria Tarsila assim descreve o início dessa fase: "Eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald, uma coisa que ele não esperava. Aí é que vamos chegar no Abaporu. O Abaporu era figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto, que dava a impressão de um sol, como se fosse também uma flor. Oswald ficou assustadíssimo e perguntou: ‘Mas o que é isso? Que coisa extraordinária!’ Ele telefonou para o Raul Bopp: ‘Venha imediatamente aqui, que é para você ver uma coisa!’ Raul Bopp foi lá no meu ateliê, na rua Barão de Piracicaba, assustou-se também. Oswald disse: ‘Isso é como se fosse selvagem, uma coisa do mato’, e o Bopp concordou. Eu quis dar um nome selvagem também ao quadro e dei Abaporu, palavra que encontrei no dicionário de Montoya, da língua dos índios. Quer dizer ‘antropófago’ ". Baseando-se nessa obra, Oswald de Andrade elaborou toda uma teoria, da qual a Revista de Antropofagia seria o órgão oficial. Em 1931 Tarsila viajou para a União Soviética, chegando a realizar, em Moscou, uma exposição individual; ao regressar, impressionada com o que lá observara, pintou alguns quadros de tema social, entre eles duas obras-primas: Operários e 2•a Classe. Essa fase social pouco duraria, pois logo em seguida a artista retornou à sua temática caipira, agora resolvida num espírito talvez mais lírico.
Tais retornos de Tarsila a fases anteriores tornaram-se habituais: em 1946, pintL ras como Primavera ou Praias retomavam "o gigantismo onírico da fase antropofágica, agora imersa num lirismo novo, pontilhista quase, em meios tons"; Fazenda outras obras feitas após 1950 de novo apresentam "as tônicas da fase pau-brasil no colorido de baú, porém sensivelmente suavizado". Na verdade, concluída sua fase social dos anos 30, Tarsila repetia-se Sua última grande obra — o mural Procissão do Santíssimo em São Paulo no Século XVIII — foi-lhe encomendada em l95~ pelo Governo do Estado de São Paulo. Tarsila do Amaral faleceu a 17 de janeiro de 1973, deixando obra relativamente pequena: cerca de 250 óleos, meia dúzia de esculturas, três gravuras e umas poucas centenas de desenhos, conforme o recenseamento levado a cabo por sua biógrafa Aracy Amaral. Uma das precursoras do que se poderia chamar de pintura nacional brasileira, Tarsila soube emprestar a seus temas um lirismo intenso, adaptando formas e cores brasileiras à severa disciplina cubista.

José de Alencar

José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, perto de Fortaleza, Ceará, em 1.º de maio de 1829. Com 1 ano de vida a família de Alencar se mudou para o Rio de Janeiro. Em 1840, ele estava matriculado no colégio de Instrução Elementar. Seis anos mais tarde Ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Em 1848, transferi-se para a Faculdade de Direito de Olinda. Dois anos depois se forma em Direito.
Em 1854, inicia no Rio de Janeiro, sua colaboração no Correio Mercantil. E em 1856, começa a trabalhar como redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro. Publica as Cartas sobre a confederação dos Tamoios. Polêmica com Gonçalves de Magalhães. Estréia na ficção com o romance Cinco minutos. Em 1857, publica com grande repercussão O guarani, primeiro em folhetins, depois em livro. Três anos depois falece o pai do escritor – José Martiniano de Alencar -, que fora revolucionário e político influente. Em 1861, elege-se deputado. Reeleito em várias legislaturas subseqüentes. Em 1868 foi eleito Ministro da Justiça durante dois anos no Gabinete Conservado. Passado esses dois anos abandonou a carreira política, magoado com o imperador Pedro II. Vítima de tuberculose, viaja para a Europa, tentando curar-se. Falece no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877.

Principais obras:

Romances:

O GUARANI, 4 vols., RJ Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1857. Publicado principalmente em folhetins, no Diário do Rio de Janeiro, sem o nome do autor.
CINCO MINUTOS, RJ, Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1857.
A VIUVINHA, RJ, Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1860.
LUCÍOLA, RJ, Garnier, 1862. DIVA, RJ, Garnier , 1864.
IRACEMA, RJ, Viana & Filho, 1865.
GAÚCHO, 2 vols., RJ, Garnier, 1870.
A PATA DA GAZELA, RJ, Garnier, 1870.
TRONCO DO IPÊ, 2 vols., RJ, Garnier, 1871.
GUERRA DOS MASCATES, 2 vols., RJ, Garnier, 1871-1873.
SONHOS D’OURO, 2 vols., RJ, Garnier, 1872. TIL, 4 vols., RJ, 1872.
ALFARRÁBIOS, (O GARATUJA, O ERMITÃO DA GLÓRIA, A ALMA DE LÁZARO), 2 vols., RJ, Garnier, 1873.
UBIRAJARA, RJ, Garnier, 1874.
SENHORA, 2 vols., RJ, Garnier, 1875.
SERTANEJO, 2 vols., RJ, Garnier, 1875.
ENCARNAÇÃO, RJ, 1893.

Teatro:

A NOITE DE SÃO JOÃO, RJ, Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1857.
VERSO E REVERSO, RJ, Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1857.
O DEMÔNIO FAMILIAR, RJ, Soares & Irmão, 1858.
AS ASAS DE UM ANJO, RJ, Soares & Irmão, 1860.
MÃE, RJ, Paula Brito, 1862.
A EXPIAÇÃO, RJ, A. Cruz Coutinho, 1867.
O JESUÍTA, RJ, Garnier, 1875. O CRÉDITO, Rev. Brasileira, RJ, 1893.

Ensaios literarios:

“Questões de Estilo”, ensaios literários, SP, 1847-1850.
“Ao Correr da Pena”, crônicas semanais no Correio mercantil, RJ, 1854, SP. Tip. Alemã, 1874.
“Cartas sobre a Confederação dos Tamoios”, RJ, Empresa Tipográfica Nacional do Diário, 1856.
“Como e Porque Sou Romancista”, RJ, Leuzinger, 1893.

1 - Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo.

Periodo colonial

QUINHENTISMO (séc. XVI)

Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Possue idéias relacionadas ao Renascimento (termo usado para indicar o período da historia do mundo ocidental no fim do século XIII e meados do século XVII, que vivia o seu apogeu na Europa.

Faz parte dessa fase a literatura jesuíta ou de catequese. Seu representante: Padre José de Anchieta, com seus poemas, autos, sermões, cartas e hinos. O principal objetivo do padre, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Outro representante desta época é Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação (de viagens) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais do Brasil.

LITERATURA DE INFORMAÇÃO

Segmento do Quinhentismo.

É a denominação das manifestações ocorridas em território brasileiro durante o século XVI.

Características básicas:

  • Padrões estéticos medievais, principalmente nas crônicas de viagem (textos produzidos neste momento histórico e encaminhados a Portugal e Espanha).
  • Registro do impacto da nova terra sobre o europeu (descobridor-observador)

Principal representante: Pero Vaz de Caminha (1450-1500) com sua carta a El-Rei Dom Manuel sobre o descobrimento do Brasil.

Outros representantes: Pero de Magalhães Gândavo, Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, Gabriel Soares.

BARROCO (séc. XVII)

Momento histórico:

O barroco se desenvolve no seguinte contexto histórico: após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no século XVI, a Igreja Católica havia perdido muito espaço e poder. Mesmo assim, os católicos continuavam influenciando muito o cenário político, econômico e religioso na Europa. A arte barroca surge neste contexto e expressa todo o contraste deste período: a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.

Principais características:

  • Linguagem dramática: exagero no uso de figuras de linguagem, hipérboles (exagero numa idéia expressa. Ex: Rios te correrão dos olhos, se chorares!), metáforas (substituição de um termo por outro, criando uma dualidade de significado. Ex: Amor é um fogo.), anacolutos (frase quebrada-irregularidade gramatical. Ex: Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que não.) e antíteses (exposição de idéias opostas. Ex: “Já estou cheio de me sentir vazio”. Renato Russo);
  • Culto exagerado da obra;
  • Dualismo de idéias;
  • Culto do contraste (bem-mal, Deus-Diabo...);
  • Literatura moralista;
  • A busca da novidade e da surpresa, o gosto da dificuldade;
  • O índio como tema literário.

O BARROCO BRASILEIRO

Marco inicial no Brasil: poema épico Prosopopéia, de Bento Teixeira (1601).

O barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo características próprias. A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidades auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas cidades eram ricas e possuíam uma intensa vida cultura e artística em pleno desenvolvimento. O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Suas obras, de forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil. Podemos citar algumas obras de Aleijadinho: Os Doze Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas

Principais autores: Gregório de Matos (1636-1696), Bento Teixeira (1561-1618), Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), Padre Antonio Vieira (1608-1697), frei Manuel de Santa Maria Itaparica (1704-1768).

O período final do barroco (século XVIII) é chamado de rococó e possui algumas peculiaridades, embora as principais características do barroco estão presentes nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos (conchas, flores, folhas, ramos). Os temas relacionados à mitologia grega e romana, além dos hábitos das cortes também aparecem com freqüência.

NEOCLASSISMO OU ARCADISMO

Surgimento:

O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. O nome dessa escola é uma referência à Arcádia (morada do deus Pan), região bucólica do Peloponeso, na Grécia, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil, o movimento árcade toma forma a partir da segunda metade do século XVIII.

Momento histórico:

Na Inglaterra e na França surge, em meado do século XVIII, uma burguesia que passa a dominar economicamente o estado, através de um vasto comércio ultramarino e da multiplicação de estabelecimentos bancários, assenhorando-se de uma parte da agricultura.

A velha Nobreza arruina-se; a burguesia européia e seus valores sociais, políticos e religiosos se alastram.

Principais características:

  • Valorização da vida bucólica e dos elementos da natureza;
  • Crítica a vida nos centros urbanos;
  • Uso de apelidos;
  • Idéias iluministas;
  • Revalorização da cultura clássica;
  • Convencionismo amoroso;
  • Idealização do Sexo;
  • Objetivismo;
  • Sátira Política;
  • Linguagem Simples;
  • Uso dos Versos decassílabos, sonetos e outras formas clássicas;
  • Presos à estética e à forma.

O ARCADISMO NO BRASIL


No Brasil, o Arcadismo teve início no ano de 1768,
com a publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel da Costa. Desenvolve-se na segunda metade do século XVIII, em pleno auge do ciclo do ouro na região de Minas Gerais. É também neste momento que ocorre a difusão do pensamento iluminista, principalmente entre os jovens intelectuais e artistas de Minas Gerais. Desta região, que fervia culturalmente e socialmente nesta época, saíram os grandes poetas.

As principais características do arcadismo brasileiro:

· Crítica a vida nos centros urbanos (fugere urbem = fuga da cidade);

· Valorização da vida no campo;

· Uso de apelidos;

· Objetividade;

· Idealização da mulher amada;

· Abordagem de temas épicos;

· Linguagem simples;

· Pastoralismo;

· Fingimento poético.

Os principais autores árcades são: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Basílio da Gama, Silva Alvarenga e Frei José de Santa Rita Durão.

O arcadismo terminou em 1836 e, abriu as portas para o Romantismo.

Século XIX

ROMANTISMO (SEC. XIX).

O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

Momento histórico:

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por acontecimentos do final do século XVIII: Revolução Industrial, Revolução Francesa, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.

As características principais:

· Valorização das emoções;

· Liberdade de criação;

· Amor platônico;

· Temas religiosos;

· Individualismo, nacionalismo e história;

· Período fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo;

· Pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.

O ROMANTISMO NO BRASIL


Inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do país.


No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações:

1ª Geração -conhecida também como nacionalista ou indianista. Características: valorizaram dos temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como “bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Escritores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.

2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultra-romântica. Características: retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Escritores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.

3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia social ou hugoana. Textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio Negreiro.

O Romantismo durou 45 anos, terminando em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

REALISMO (segunda metade do séc. XIX)

O Realismo é um movimento artístico surgido na França, e cuja influência se estendeu a numerosos países europeus. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação contra o capitalismo progressivamente dominador.

O marco inicial do realismo na Literatura é o romance Madame Bovary, do francês Gustave Flaubert (1821-1880).

REALISMO NO BRASIL

No Brasil, o realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.

Literatura: O realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.


O realismo atrai vários escritores, alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.

Teatro: Os problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem passa a ser coloquial.


Os principais autores: Estão romancistas realistas como Machado de Assis, que escreve Quase Ministro, e alguns românticos, como José de Alencar, com O Demônio Familiar, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo e Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador de comédias
e operetas como A Capital Federal e O Dote. Outros escritores e dramaturgos: Artur de Azevedo, Quintino Bocaiúva e França Júnior.

Características:

  • Veracidade: Despreza a imaginação romântica;
  • Contemporaneidade: descreve a realidade;
  • Retrato fiel dos personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana;
  • Gosto pelos detalhes: Lentidão na narrativa;
  • Materialismo do amor: Mulher objeto de prazer/adultério;
  • Denuncia das injustiças sociais;
  • Determinismo e relação entre causa e efeito;
  • Linguagem próxima a realidade: simples,natural,clara e equilibrada.

Comparação Realismo X Romantismo

Realismo

Romantismo

Distanciamento do narrador

Narrador em primeira pessoa

Valoriza o que se é

Valoriza o que se idealiza e sente

Crítica direta

Crítica indireta

Objetividade

Sentimentos à flor da pele

Textos, às vezes, sem censura.

Textos geralmente respeitosos

Imagens sem fantasias, reais.

Imagens fantasiadas, perfeitas.

Aversão ao Amor platônico

Amores platônicos

Mistura de épico e lírico nos textos

Separação

Cosmopolita

Ufanista/Nacionalista

NATURALISMO

É a radicalização do Realismo.

Características:

1) Arte vinculada às novas teorias científicas e ideológicas européias (Evolucionismo, Positivismo, Determinismo, Socialismo, Medicina Experimental). Daí o outro nome do movimento, criado por Zola: romance experimental.

2) Todas as características do Realismo - menos a análise psicológica. Esta é substituída por variações deterministas que transformam os personagens em fantoches de destinos pré-estabelecidos.

3) Cientificismo sociológico e biológico. O sociológico é dado pelo determinismo do meio e do momento. O biológico pelo determinismo de raça e dos temperamentos e caracteres herdados.

4) Personagens patológicos. Para provar suas teses, os escritores naturalistas são obrigados muitas vezes a apresentar protagonistas doentios, criminosos, bêbados, histéricos, maníacos.

Semelhanças e diferenças entre Naturalismo e Realismo:

O Realismo e o Naturalismo apresentam semelhanças e diferenças entre si. O Realismo retrata o homem interagindo com seu meio social, enquanto o Naturalismo mostra o homem como produto de forças “naturais”, desenvolve temas voltados para a análise do comportamento patológico do homem, de suas taras sexuais, de seu lado animalesco.

O NATURALISMO NO BRASIL

As primeiras idéias renovadoras surgem na década de 1870, no Recife, através da ação de Tobias Barreto e Sílvio Romero.

Em 1881 aparecem O mulato, de Aluísio Azevedo e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Ainda que não sigam de todo os modelos europeus, as obras são respectivamente consideradas as inauguratórias da estética naturalista e realista no país.

Semelhanças e diferenças entre Naturalismo e Realimo:

O Realismo e o Naturalismo apresentam semelhanças e diferenças entre si. O Realismo retrata o homem interagindo com seu meio social, enquanto o Naturalismo mostra o homem como produto de forças “naturais”, desenvolve temas voltados para a análise do comportamento patológico do homem, de suas taras sexuais, de seu lado animalesco.

Outros escritores brasileiros que merecem destaque: Adolfo Caminha, Inglês de Souza, Horacio de Carvalho, Julio Ribeiro e Raul Pompéia.