Literatura Goiana - Parte V

O quarto período é a fase da transição literária, encontrando as mais variadas influências das escolas romântica, parnasiana, simbolista e moderna. É o período das grandes mudanças, enfatiza Gilberto Mendonça Teles, em A poesia em Goiás. Neste período vêm à publicação obras de João Accioly Barro preto, Derval de Castro páginas do meu sertão e Pedro Gomes, com Pito aceso. A poesia teve reduzida importância nesta fase. O quinto período, para GMT, inicia-se em 1942, com o Batismo Cultural de Goiânia, e a publicação da revista Oeste, indo até a realização, pela União Brasileira de Escritores de Goiás, da I Semana de Arte em Goiás, realizada em 1956.


Fato de grande importância foi a criação da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, que teve Bernardo Elis como seu primeiro ganhador, com a obra Ermos e gerais. Em 1954, realizou-se em Goiânia o I Congresso Nacional de intelectuais, com a presença de personalidades conhecidas, de outros países, como o poeta Pablo Neruda. Lamentavelmente, Gilberto Mendonça Teles não atualizou seu livro A poesia em Goiás, quando da publicação de sua segunda edição, deixando assim de registrar um número expressivo de poetas, surgidos a partir de 1970. Muitos deles ganharam concursos de nível nacional e mesmo internacional, firmaram-se como grandes poetas, mas não estão referidos na segunda edição desta obra, o que diminui sua importância histórica.

A implantação do modernismo literário brasileiro, iniciada com Leo Lynce, teve continuidade com as obras de Bernardo Elis, José Décio Filho, José Godoy Garcia, Afonso e Domingos Félix de Sousa, além do próprio Gilberto Mendonça Teles, um pouco mais tarde, como poeta e crítico de literatura. Uma de suas obras fundamentais é A poesia em Goiás, além de Saciologia goiana (poesia) e obras de referência, no gênero ensaio, estudando os manifestos da modernidade literária, e a poesia de Carlos Drummond de Andrade. Neste período destacaram-se também o romancista e contista Eli Brasiliense, com “Chão vermelho” e “Pium”. Bariano Ortêncio estreou em 1956, com O que foi pelo sertão. Ficcionista, cronista e folclorista, Bariani Ortêncio é uma das mais destacadas personalidades literárias de Goiás.

Marcam ainda este período autores como Ursulino Leão, romancista, contista e cronista, sendo o romance Maya um de seus trabalhos mais aplaudidos. Outros autores também destacaram-se, como Pedro Celestino, Geraldo Ramos Jubé, Monsenhor Primo Vieira, José Lopes Rodrigues, Demóstenes Cristino, Basileu Toledo França, Regina Lacerda, Rosarita Fleury, Nelly Alves de Almeida, Jesus Barros Boquady, Getúlio Vaz, Mário Rizério Leite, Leo Godoy Otero e Ada Curado.