Literatura Goiana - Parte II

Depois de quase um século do descobrimento (ou achamento) das minas auríferas na região onde os bandeirantes paulistas construiriam Vila Boa, quase nada se escreveu por estas paragens do Goyaz profundo, a não ser os depoimentos de viajantes que andaram pela província, deixando relatos importantes, como os deixados por Cunha Mattos e Alencastre. De cunha Mattos até hoje se impõe, por sua verdade e atualidade, uma frase de sabor picante: “Em Goyaz as pessoas batem mais com a língua do que com as armas”. Gilberto Mendonça Teles, poeta, professor e crítico literário, assinala, em sua importante obra A poesia em Goiás, que a história de nossa literatura se divide em seis períodos. O primeiro coincide com o descobrimento de Goiás até 1830, quando publica-se o primeiro jornal da província, A matutina Meiapontense.

Em obra intitulada “Literatura goiana – síntese histórica”, que escreveu quando proferiu palestra sobre literatura goiana, no Canadá, o acadêmico Geraldo Coelho Vaz atesta que o primeiro poeta brasileiro a se referir a Goiás usava o pseudônimo de Antonio Cordovil. Seu verdadeiro nome era Antônio Lopes da Cruz, que escreveu o Ditirambo às ninfas goianas – em verdade, usou as musas e ninfas como pretexto para bajular o governador Tristão da Cunha Menezes, que o nomeara como professor. Uma moda que pegou entre nós, entre escribas maiores e menores.