Carlos Drummond de Andrade



Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG), 1902 e faleceu no Rio de Janeiro em 1987. Realizou os primeiros estudos em Itabira, Belo Horizonte e Nova Friburgo, formando-se em farmácia, em 1925. Sem interesse pela profissão de farmacêutico, lecionou Geografia e português, dedicando-se também ao jornalismo, atividade que encerrou em 1985. Em 1928, ingressou no funcionalismo público, tendo exercido, entre outros cargos, a chefia de gabinete do ministro da Educação Gustavo Capanema. Apesar de inúmeros convites, nunca se candidatou a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Morreu no Rio de Janeiro, Onde residia desde 1933.



OBRAS:



Poesia: Alguma poesia (19300; Brejo das almas (1934); Sentimento do mundo (1940); Poesias (1942); A rosa do povo (1945); Viola de bolso (1952); Fazendeiro do ar e poesia até agora (1953); Viola de bolso novamente encordoada (1955); Poemas (1959); A vida passada a limpo (1959); Lição de coisas (1962); Versiprosa (1967); Boitempo (1968); Menino antigo (1973); As impurezas do branco (1973); Discurso de primavera e algumas sombras (1978); A paixão medida (1980); Corpo (1984).



Prosa: Confissões de Minas (1944); Contos de aprendiz (1951); Passeios na ilha (1952); Fala, amendoeira (1957); A bolsa e a vida (1962); Cadeira de balanço (1966); Caminhos de João Brandão (1970); O poder ultrajovem (1972); De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974); 70 historinhas (1978); Boca de luar (1984).



CARACTERÍSTICAS DA OBRA



Drummond é sem dúvida, o maior poeta brasileiro contemporâneo. Sua estréia deu-se em 1930, com Alguma poesia. De maneira geral, os poemas desse livro procuram retratar a vida à sua volta. O poeta, livre de preconceitos literários anteriores, procura “trabalhar a realidade com as mãos puras”; fala-nos de cenas do cotidiano, de paisagens, de lembranças, fotografando a realidade, retratando a “vida besta”.

Por outro lado, o poeta manifesta o seu pessimismo e a sua personalidade reservada, tímida, desconfiada, de um poeta que nasceu “para ser um gauche na vida”; outras vezes, deixa transparecer uma fina ironia e humor, utilizando-se também do poema-piada, herança dos modernistas da primeira fase.

Em Brejo das almas (1934), o poeta evolui, abandonando o descritivismo, e acentua o humor de seus versos. Drummond interioriza-se, manifestando um sentimento de decepção e amargura, de falta de sentimento da existência ou de solução para o destino. Além disso, acentua a temática amorosa, num lirismo contido por vezes irônico.